Ministro da Justiça comentou nesta quarta operação contra desvios bilionários em pensões e aposentadorias do INSS. Prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões, apontam investigações.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (23) que aposentados e pensionistas foram “vítimas fáceis” de criminosos que se apropriaram de parte de benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Lewandowski deu a declaração durante entrevista coletiva sobre a operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) realizada nesta quarta contra fraudes no INSS.
As investigações apontam descontos indevidos de valores de aposentados e pensionistas do INSS, que foram realizados no período de 2019 a 2024. Os desvios, conforme as investigações, podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
Conforme as apurações, entidades sem estrutura falsificavam assinaturas para “associar” aposentados e fazer os descontos indevidos de mensalidades.
As associações envolvidas supostamente prestavam serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde
“Foi uma operação [da PF e da CGU nesta quarta] de proteção dos aposentados, foi uma fraude contra os aposentados, pessoas que estão em fase adiantada da vida, naturalmente debilitadas, e foram vítimas fáceis de criminosos que se apropriaram das pensões e das aposentadorias”, afirmou o ministro da Justiça.
Segundo Lewandowski, logo cedo na manhã desta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi avisado da operação pelo diretor da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, como de praxe ocorre em casos desse porte.
De acordo com o ministro da Justiça, Lula demonstrou “preocupação” com a situação e “interesse” no avanço das investigações.
Segundo o governo, os descontos nas aposentadorias e pensões são investigados desde o início de 2023 pela CGU, no âmbito administrativo.
E, quando a CGU verificou que existia indícios de uma ação criminosa, a PF foi acionada para a abertura de um inquérito, no início deste ano.
Maioria das vítimas não autorizou descontos, diz CGU
De acordo com o ministro Vinícius Marques de Carvalho, da Controladoria-Geral da União, a maioria das pessoas que tinham recursos descontados não havia autorizado os abatimentos.
“O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas”, afirmou.
O chefe da CGU declarou que a CGU fez uma auditoria e entrevistou 1,3 mil aposentados e analisou 29 entidades que faziam os descontos. “A maioria não reconhecia que havia autorizado esses descontos”, relatou.
Segundo Carvalho, entidades analisadas não tinham estrutura operacional para prestar o serviço que era oferecido como contrapartida aos descontos aplicados nos benefícios.
Conforme o ministro da CGU, 11 entidades associativas teriam praticado irregularidades. Os contratos com essas entidades foram suspensos.
FONTE:MAIS GOIAS