Ação ocorre enquanto forças armadas sírias mira drusos, no Sul
As Forças Armadas de Israel atacaram nesta quarta-feira (16) a capital da Síria, Damasco, e atingiram a entrada do Ministério da Defesa sírio. O ataque intensificou a ofensiva israelense contra autoridades islâmicas e teve como justificativa oficial a proteção da minoria drusa, que estaria sofrendo com os confrontos provocados pelas forças do governo sírio. Este é o terceiro dia seguido de ataques israelenses na região.
Segundo fontes do Ministério da Defesa ouvidas pela agência Reuters, ao menos dois drones atingiram o prédio governamental e autoridades se refugiaram no porão. A TV estatal Elekhbariya informou ainda que o ataque deixou dois civis feridos. O exército de Israel confirmou o bombardeio e declarou que atingiu “o portão de entrada do quartel-general militar do regime sírio”, acrescentando que continuará monitorando os atos de violência praticados contra civis drusos no sul da Síria.
Os ataques também atingiram a cidade de Sweida, região predominantemente drusa, que enfrenta o quarto dia consecutivo de combates. O conflito explodiu após o envio de tropas do governo sírio para a cidade na segunda-feira (14), com a intenção de reprimir confrontos entre combatentes drusos e homens armados beduínos. No entanto, segundo testemunhas, o confronto se transformou em combate direto entre as forças do governo e as milícias drusas.
A agência local Sweida24 relatou que a cidade e os vilarejos vizinhos foram bombardeados com artilharia pesada e morteiros desde as primeiras horas desta quarta-feira. O Ministério da Defesa da Síria culpou os chamados “grupos fora da lei” em Sweida pela quebra da trégua e orientou os moradores a permanecerem em casa. Moradores relataram à Reuters que estão escondidos, sem eletricidade e vivendo momentos de tensão.
Na terça-feira (15), Israel já havia realizado uma ofensiva na região de Sweida, afirmando que o objetivo era proteger a minoria drusa e manter a região próxima à fronteira desmilitarizada. Um repórter da Reuters ouviu ao menos quatro explosões, registrou a movimentação de drones e viu um tanque danificado sendo retirado do local.
O aumento da violência representa mais um desafio para o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa. Em comunicado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, ordenaram que o exército atacasse “imediatamente as forças do regime e o armamento trazido para Sweida”.
“Israel está comprometido em proteger os drusos na Síria, em respeito à aliança com nossos cidadãos drusos em Israel”, disseram. “Não permitiremos que o regime sírio os ataque e vamos garantir a desmilitarização da fronteira.”
Ainda na terça-feira, um líder religioso druso, Hikmat al-Hajri, acusou o governo sírio de violar o cessar-fogo e bombardear Sweida, convocando a resistência. O Ministério da Defesa da Síria, no entanto, declarou posteriormente que a trégua seria respeitada, com ataques apenas em caso de defesa.
O cenário segue tenso, com Damasco e Sweida sob ataques constantes e o risco de uma escalada ainda maior na região.
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FONTE: MAISGOIÁS