Em testamento público, comunicador deserda a prole
Cid Moreira não quis deixar nenhuma parte de seus bens nas mãos dos filhos. Um testamento público deixado pelo comunicador — que morreu, aos 97 anos, na última quinta-feira (3), em decorrência de falência múltipla dos órgãos — estabelece a retirada do direito à herança por parte de Rodrigo e Roger Moreira, filhos do locutor e apresentador. A informação foi relatada por Davi de Souza Saldaño, advogado da viúva Fátima Sampaio Moreira, no último domingo (6), à “Folha de S. Paulo”.
Como noticiou o GLOBO, os dois filhos do locutor e apresentador pediram a abertura do inventário do pai, na última semana, horas após a morte. O apresentador viveu os últimos anos rompido com a prole. A família chegou a travar uma disputa judicial, movida por Roger e Rodrigo contra Cid e sua mulher, Fátima Sampaio Moreira, e que foi arquivada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em 2023.
Roger e Rodrigo entraram com o pedido formal na Justiça para terem direito ao acesso total ao testamento. Os filhos solicitaram gratuidade no processo por serem “pobres na expressão da palavra”. O advogado dos dois estima a fortuna de Cid Moreira num total de R$ 60 milhões — “um patrimônio de R$ 40 milhões em imóveis e R$ 20 milhões em contratos envolvendo direitos autorais”, como diz o documento.
No pedido, eles relembram danos psicológicos supostamente causados pelo pai durante o segundo casamento. A defesa de Fátima definiu como “lamentável e inoportuna” a abertura do inventário pelos filhos de Cid Moreira poucas horas após a notícia da morte.
“A postura demonstra, de forma indisfarçável, que eles nunca tiveram interessados em outra coisa senão o patrimônio do pai”, afirmou o advogado Saldaño, em entrevista à “Folha de S. Paulo”. “Cid Moreira manifestou em testamento público, motivadamente, a vontade de deserdar os dois filhos, com base na indignidade prevista no Código Civil brasileiro, excluindo-os da sucessão. Todo ano ele refazia o testamento acompanhado de diversos laudos médicos comprovando sua capacidade civil”, acrescentou o representante judicial de Fátima Sampaio.
FONTE: MAIS GOIÁS