Levantamento mostra que 29% da população entre 15 e 64 anos tem dificuldade para ler textos básicos
Um terço da população brasileira entre 15 e 64 anos tem dificuldade para interpretar textos simples ou para fazer contas de matemática básicas. É o que mostra um estudo chamado Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), coordenado por uma associação chamada Ação Educativa.
A pesquisa é resultado de entrevistas presenciais feitas com 2.544 pessoas em todas as regiões do País. No teste, os entrevistados eram submetidos a perguntas simples sobre o cotidiano, em diferentes graus de dificuldade. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O indicador é realizado desde 2001 e, de acordo com o relatório, mostra que a redução do analfabetismo funcional estagnou desde 2018. Revela também que a maioria dos indivíduos nessa condição (65%) têm entre 40 e 64 anos, embora haja uma parceria significativa de pessoas com idade entre 15 e 29 anos (17%) e entre 30 e 39 anos (também 17%).
A pesquisa constatou que 7% dos entrevistados são considerados analfabetos absolutos, ou seja: não conseguem ler palavras ou um número de telefone. Outros 22% ficam no nível de alfabetismo rudimentar, que é quando sabem ler e escrever, mas têm dificuldade para entender textos mais longos ou fazer contas com números maiores.
Para os pesquisadores, a estagnação do indicador nos últimos anos reflete a baixa qualidade da educação brasileira, já que os dados mostram uma proporção grande de pessoas que passaram pela escola e, mesmo assim, não tiveram garantido o direito de serem plenamente alfabetizadas.
O estudo identificou que 17% da população que concluiu o ensino médio ainda está no nível do analfabetismo funcional. Até mesmo entre os que concluíram o ensino superior, 12% estão nessa condição.
“Uma percentual grande da nossa população jovem está saindo da escola condenada a passar a vida toda como analfabetos funcionais. A pandemia justifica uma parte desse problema, já que as escolas ficaram fechadas por dois anos e atrapalhou o aprendizado, mas não é isso”, avalia Ana.
FONTE: MAISGOIÁS