Ultrapassagem ocorreu no 4º trimestre de 2023, com a BYD vendendo 526.409 veículos, ante 484.507 da americana. No ano, Tesla liderou setor
A chinesa BYD assumiu a liderança mundial em vendas de veículos 100% elétricos. No quarto trimestre de 2023, a empresa comercializou 526.409 carros desse tipo, contra 484.507 vendidos pela americana Tesla, a montadora que pertence ao bilionário Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, também dono do X (ex-Twitter).
Os números da BYD, de acordo com dados enviados pela empresa à Bolsa de Valores americana, mostram um crescimento acelerado. No trimestre anterior, a chinesa havia vendido 432 mil veículos. Ou seja, quase cem mil a menos do que nos últimos três meses do ano.
Ao longo do ano, porém, a Tesla superou a BYD, vendendo 1,8 milhão de carros elétricos. A chinesa comercializou 1,57 milhão de veículos desse tipo, um aumento de 73% em relação a 2022.
As ações da Tesla chegaram a cair 1,6% logo após o início do pregão desta terça-feira (2/12) em Nova York. Os papéis, contudo, valorizaram-se 102% no ano passado.
Menor preço
A BYD, que fabrica elétricos a bateria, os BEVs, assim como híbridos plug-in, conquistou a primeira posição em vendas ao oferecer carros mais acessíveis. Seus veículos são vendidos, em média, por menos de US$ 30 mil a unidade, enquanto os da Tesla custam acima de US$ 40 mil, mesmo depois de cortes de preços praticados em 2023.
A Tesla também tem receita e lucro maiores do que os da BYD, justamente porque oferece veículos com preços mais altos. A companhia americana foca ainda suas vendas em dois carros. O utilitário esportivo Modelo Y e o sedã Modelo 3 foram responsáveis por 95% das entregas da companhia no quarto trimestre.
Avanço chinês
A mudança no ranking global de carros 100% elétricos reflete a crescente influência da China no setor automotivo. Em 2020, Pequim havia estabelecido que, em 2025, pelo menos 20% dos carros novos vendidos fossem de energia renovável (NEVs, na sigla em inglês), categoria que inclui os BEVs, híbridos plug-in e os carros movidos por células de combustível de hidrogênio. Tal meta foi alcançada em 2022. No Brasil, a BYD importa elétricos e híbridos e está investindo na construção de uma fábrica na Bahia, onde funcionava a Ford.
FONTE: METRÓPOLES