Em junho, fundador de império de moda deixou de comparecer ao final de um desfile por motivos de saúde
Morreu nesta quinta-feira o estilista italiano e ícone da moda Giorgio Armani, aos 91 anos, deixando um legado de elegância e sofisticação reconhecido mundialmente. O anúncio foi feito pelo grupo Armani, que destacou que o designer faleceu em paz, cercado por familiares, e trabalhou até seus últimos dias, dedicado às coleções e projetos em andamento.
“O senhor Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração por seus funcionários e colaboradores, faleceu em paz, cercado por seus entes queridos. Incansável até o fim, ele dedicou-se à empresa, às coleções e aos muitos projetos futuros”, informou o comunicado oficial. O texto também ressaltou a curiosidade e atenção de Armani para com o presente e as pessoas, características que nortearam toda a sua carreira.
Armani estava doente há algum tempo e, pela primeira vez, não compareceu ao final do desfile de sua marca na Semana de Moda Masculina de Milão, em junho. Uma cerimônia pública será realizada em Milão neste sábado e domingo, enquanto o funeral seguirá restrito aos familiares próximos, conforme pedido do estilista.
O designer representava o verdadeiro “made in Italy”, com sua alfaiataria impecável, tanto clássica quanto contemporânea, com caimentos soltos e sofisticados. Armani prezava por cores sólidas como cinza e azul em coleções mais clássicas, e beges, rosa e lilás nas contemporâneas. Trabalhou com seda, cetim e couro, abolindo o uso de peles de animais desde 2016. Conhecido como Rei Giorgio, supervisionava cada detalhe de suas coleções e negócios, desde a publicidade até o penteado das modelos antes de entrar na passarela. Sua empresa completa 50 anos em 2025 e fatura mais de US$ 14 bilhões por ano.
Giorgio Armani nasceu em 1934 em Piacenza, no norte da Itália, filho de Ugo Armani e Maria Raimondi. Apesar dos recursos limitados, herdou da mãe o senso de estilo e da família a elegância interior, que marcou sua trajetória. Sobreviveu às dificuldades da Segunda Guerra Mundial, lembrando em sua autobiografia “Per Amore” de ter protegido a irmã durante ataques aéreos.
Após a guerra, a família se mudou para Milão, onde Armani desenvolveu paixão pelo cinema, que influenciaria seu estilo. Inicialmente estudou medicina, mas abandonou o curso após dois anos e prestou serviço militar. Sua carreira na moda começou ao decorar vitrines na loja La Rinascente, sem formação formal, e se consolidou ao trabalhar com Nino Cerruti nos anos 1960, experimentando a desconstrução do paletó.
Armani afirmou em entrevistas que o trabalho árduo foi essencial para seu sucesso, mas revelou arrependimento por não ter passado mais tempo com amigos e familiares.
*Com informações da Folha de São Paulo
FONTE: MAISGOIÁS
